O Brasil tem 575.930 médicos ativos, uma proporção de 2,81 por mil habitantes, a maior já registrada no país, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
Os dados integram a pesquisa batizada de “Demografia Médica” e consideram dados verificados até janeiro de 2024. Veja destaques e análises do levantamento:
- Quantidade de médicos mais que quadruplicou desde o início da década de 1990, quando o total era de 131.278;
- Crescimento foi impulsionado pela expansão do ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde;
- Há disparidade na concentração entre as capitais e cidades do interior: 52,4% estão nas 27 capitais, enquanto os demais 47,6% atuam nas mais de 5 mil cidades do interior;
- Do total atual de profissionais ativos, 263 mil (46%) são médicos generalistas e outros 312 mil (54%) são especialistas;
- Entre os médicos homens, a idade média é de 47,4 anos; para as médicas, a média é de 42 anos;
- Entre os médicos com 39 anos ou menos, as mulheres já são maioria, somando 58% em comparação a 42% dos homens;
- Com o indicador de 2,81 por mil habitantes, o Brasil supera EUA, Japão, Coréia do Sul, México.
Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, o atual cenário aponta tendências que devem ser avaliadas com atenção.
A média dos países da OCDE era de 3,7 médicos por mil habitantes, segundo o levantamento mais recente disponível, com dados de 2021. Se os dados da OCDE forem considerados para elaborar um ranking da densidade médica, o Brasil avançou da 43ª posição (em 2021) para a 35ª com os dados atuais.
Para Gallo, o crescimento é influenciado pelas novas políticas de educação médica implementadas, especialmente nas últimas duas décadas.
Distribuição dos médicos pelo Brasil
Apesar do aumento do total contingente de médicos, um dos maiores do mundo, o CFM aponta que ainda há um cenário de desigualdade na distribuição. A maioria dos profissionais têm optado por se instalar nos estados do Sul e do Sudeste e nas capitais devido às condições de trabalho. Aqueles que moram no Norte, no Nordeste e nos municípios mais pobres do interior se ressentem da falta de investimentos em saúde, dos vínculos precários de emprego e da ausência de perspectivas”, analisa o presidente do CFM.
Para efeito de comparação, o número de médicos na Região Norte do Brasil só supera o índice de países como Índia, África do Sul e Indonésia, segundo dados da OCDE de 2021. Enquanto isso, o número no Sudeste equivale ao patamar encontrado na Europa, em nações como Reino Unido, França e Israel.