O presidente da República afirmou nesta quinta-feira, 13, que ainda irá conversar com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que foi indiciado pela Polícia Federal por desvios de emendas parlamentares.
“O fato de o cara ter sido indiciado não significa que ele cometeu um erro, significa que alguém está acusando e que a acusação foi aceita”, disse o presidente, em entrevista coletiva em Genebra, na Suiça.
“É preciso que as pessoas provem que são inocentes e ele tem o direito a provar que é inocente”, ressaltou o petista afirmando que deve conversar com o ministro ainda hoje e que depois irá “tomar uma decisão sobre esse assunto”.
Desvio de recursos
Na quarta-feira, 12, a PF indiciou o ministro por supostos desvios de valores em obras da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Condevasf). Segundo os investigadores, Juscelino teria se beneficiado com o asfaltamento de ruas em área que leva à fazenda de sua família, em Vitorino Freire (MA).
A PF acusa o ministro de cometer crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e terá o ministro Flávio Dino, ex-colega de Filho no Palácio do Planalto, como relator.
Em nota, Juscelino Filho aponta que a investigação nada tem a ver com a gestão à frente do Ministério das Comunicações. Ele ainda acusou os investigadores de não o deixarem prestar esclarecimentos detalhados sobre as acusações.
“Durante o meu depoimento, o delegado responsável não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação. Além disso, o encerrou abruptamente após apenas 15 minutos, sem dar espaço para esclarecimentos ou aprofundamento”, afirmou.
“Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava-Jato e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”, concluiu o ministro.