O presidente Joe Biden fez nesta quinta-feira (7) o discurso do Estado da União, que ocorre todos os anos em uma sessão conjunta do Congresso. Durante a fala, Biden fez críticas a Donald Trump, sem citar o nome do ex-presidente, e afirmou que a liberdade está em risco.
Este foi o último discurso do atual mandato de Biden como presidente dos Estados Unidos. Ele deve concorrer à reeleição em novembro, provavelmente repetindo a disputa de 2020 contra Trump.
Biden abriu o discurso fazendo uma piada, dizendo que estaria em casa, se fosse esperto. Na sequência, o presidente relembrou um discurso de Franklin D. Roosevelt, em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, ao qual afirmou que a democracia e a liberdade estavam sob ataque.
Segundo o presidente norte-americano, o mundo todo está vivendo novamente um momento incomum da história, onde a liberdade e a democracia estão sob risco.
Em seguida, Biden se referiu à guerra na Ucrânia e criticou o presidente Vladimir Putin, da Rússia. Para ele, o líder russo está levando o “caos” à Europa.
Biden também reforçou o apoio à Ucrânia e afirmou que os Estados Unidos precisam continuar apoiando o país europeu com o auxílio de armas.
Neste momento, Biden fez uma referência a Trump, dizendo que o seu “antecessor” afirmou que Putin poderia fazer o que quisesse. “Isso é revoltante e inaceitável”, pontuou.
Gaza
Biden anunciou um plano para que os militares dos Estados Unidos ajudem a construir um porto temporário na costa da Faixa de Gaza, aumentando o fluxo de ajuda humanitária para o território — sitiado em razão da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.
O porto servirá para permitir mais embarques de alimentos, medicamentos e outros serviços essenciais. A informação já havia sido adiantada por fontes da Casa Branca.
As autoridades, que falaram sob condição de anonimato, disseram que a operação não exigirá que tropas americanas estejam no terreno para construir o cais, mas não deram detalhes de como será a construção.
Durante o discurso, Biden disse que não vai descansar até que todos os reféns que estão sob o poder do Hamas sejam libertados. Ele também disse que está trabalhando para estabelecer um cessar-fogo no conflito que dure, pelo menos, seis semanas.
6 de janeiro, aborto e economia
Biden também citou a invasão do Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, e voltou a se referir a Trump.
“Meu antecessor e alguns aqui presentes tentaram enterrar a verdade sobre o 6 de janeiro. Eu não farei isso”, afirmou.
O presidente disse que não se pode ser patriota apenas quando “se ganha” e afirmou que a vida o ensinou a acreditar na liberdade e na democracia.
Em seguida, Biden prometeu restaurar o direito ao aborto e defendeu direitos reprodutivos das mulheres. Ele também prometeu mais políticas de saúde.
Além disso, Biden:
- disse que pegou a economia “à beira do abismo”;
- afirmou que a inflação está em queda e que a taxa de desemprego é a menor em décadas;
- prometeu aumento para professores de escolas públicas;
- defendeu a seguridade social e a aposentadoria de trabalhadores;
- criticou o corte de impostos para ricos na administração anterior;
- disse que vai fazer bilionários pagarem mais impostos.
- prometeu créditos para que os americanos comprem casas.
Imigração ilegal na fronteira dos EUA com o México entra no centro da disputa pela presidência no país
Um dos momentos de maior tensão do discurso foi quando Biden começou a falar sobre a política migratória. Neste momento, o presidente foi alvo de protestos e vaias de parlamentares republicanos.
Enquanto discursava, Biden foi interrompido pela deputada republicana Marjorie Taylor Greene, que estava vestida com material da campanha de Trump. Ele, então, levantou um bottom com o nome de Laken Riley que, segundo as autoridades, foi morta por um imigrante venezuelano.
O presidente desejou condolências à família da vítima. Em seguida, disse que não vai demonizar os imigrantes e afirmou que os Estados Unidos foram construídos por imigrantes e pela diversidade.
Biden também defendeu um projeto de lei que trata sobre a segurança migratória e prometeu “consertar” a questão da fronteira.