Desde o início da ofensiva de Israel no Líbano, em 20 de setembro, as Forças Armadas israelenses têm emitido avisos exigindo que a população de diferentes regiões do país deixem suas casas. Os avisos são feitos em áreas que Israel pretende bombadear, principalmente no sul do país e na capital, Beirute.
Só no sul do Líbano, disse Imseis, havia 20 vilarejos que foram totalmente esvaziados após Israel ordenar que moradores se retirassem.
Segundo a ACNUR com base em dados do governo libanês, o número de pessoas forçadas a deixar suas casas no Líbano por conta da guerra já passa de 1,2 milhão — a população total do país é de cerca de 5,4 milhões.
Praticamente todos os residentes que recebem as ordens de Israel — geralmente através de mensagens por celular e na imprensa local — acatam o pedido, já que o Exército libanês, enfraquecido, não tem conseguido proteger a população.
Israel alega que as regiões em que ordena as evacuações são redutos do Hezbollah.
Capacetes azuis
Algumas dessas regiões também contam com uma forças de paz da ONU, destacadas para conter os conflitos já existentes anteriormente entre Israel e o Hezbollah. No entanto, os capacetes azuis, como são chamados esses soldados, entraram no meio do fogo cruzado nos últimos dias.
No fim de semana, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pediu que os agentes da missão da ONU deixassem a área. Na segunda-feira (14), o chefe da missão negou o pedido e afirmou que os soldados da organização vão permanecer no território.
No entanto, as forças de paz da ONU acusaram o Exército israelense de disparar “repetida” e “deliberadamente” contra suas instalações, ferindo cinco capacetes azuis. Já Netanyahu alega que o Hezbollah está utilizando “as instalações e posições da Unifil como cobertura para realizar ataques” contra Israel.
De acordo com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança, apenas os cerca de 9.500 efetivos da Unifil e o exército libanês podem atuar no sul do Líbano.
Reduto cristão
Também na segunda-feira (14), Israel bombardeou uma região no norte do Líbano, que, além de estar fora dos alvos que têm atacado, é um reduto de maioria cristão.
O bombardeio deixou 22 mortos, entre eles mulheres e crianças, segundo o governo libanês.