Em 2020, a empresa de private equity Advent comprou uma participação majoritária no grupo CRM, dono da Kopenhagen. A marca possui uma das maiores e mais tradicionais redes de lojas de chocolates finos do país.
A notícia foi publicada inicialmente pelo Brazil Journal, que disse que o valor da venda teria sido de cerca de R$ 3 bilhões.
Nas últimas semanas, rumores no mercado apontavam o suposto interesse da Advent de vender a empresa, avaliando alternativas como um IPO (oferta pública inicial) na bolsa brasileira.
Para a Nestlé, a aquisição acontece em um momento em que ela acaba de concluir uma das mais duradouras disputas administrativas e judiciais envolvendo um M&A no país.
Em junho deste ano, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a compra da Chocolates Garoto pela Nestlé, com restrições, após mais de 20 anos do negócio, que começou em 2002. Em uma das restrições, o Cade afirmou que a empresa não poderia adquirir pelo período de cinco anos ativos que representem, acumuladamente, participação igual ou superior a 5% do mercado.
Segundo a decisão, “o compromisso não se aplica a aquisições internacionais, com efeitos no Brasil, realizadas pelo controlador da Nestlé ou empresa do seu grupo econômico. Nesses casos, o ato de concentração deverá ser notificado ao Cade, caso atenda aos critérios de submissão prévia estabelecidos em lei”.
Isso pode indicar que a compra da Kopenhagen não deve enfrentar objeções do Cade, já que, segundo dados da consultoria Euromonitor, a empresa teria menos de 5% da fatia do mercado de chocolates no Brasil. De acordo dados de 2022, os líderes do mercado são: Lacta (da Mondelez), com 22,9% do mercado, Cacau Show, com 13,9%, Garoto, com 8,3%, Nestlé, com 7,7%, e Hershey’s, com 4,3%.
Procuradas pela Bloomberg Línea, Nestlé, Advent e Kopenhagen afirmaram que não vão comentar o assunto. Fontes afirmaram que a Nestlé teve a assessoria do UBS BB (UBS).