O presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, afirmou nesta segunda-feira (26) que ele espera que até a segunda-feira que vem haja um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que estão em guerra desde 7 de outubro do ano passado.
Ele fez a declaração em uma sorveteria, durante um evento político na cidade de Nova York.
Entretanto, oficiais do Hamas ouvidos pela Reuters disseram que os comentários de Biden sobre o cessar-fogo estar próximo são prematuros e não condizem com a situação. “Ainda há grandes diferenças que precisam ser superadas”, afirmou um oficial.
Israelenses vão ao Catar
De acordo com a rede Al Jazeera, Israel aceitou trocar 400 prisioneiros palestinos por 40 mulheres e idosos que ainda são reféns do Hamas na Faixa de Gaza.
Autoridades israelenses viajaram ao Catar, onde o Hamas tem seu escritório político, para trabalhar nos termos de um acordo de trégua e libertação de reféns em Gaza, disse uma fonte à agência de notícias Reuters.
Israel está sendo pressionado pelos EUA a concordar com uma trégua em breve, para evitar uma ameaça de ataque israelense a Rafah, a última cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, onde mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave estão abrigados.
A fonte disse que a delegação de trabalho israelense, composta por agentes das Forças Armadas e da agência de espionagem Mossad, foi encarregada de criar um centro operacional para apoiar as negociações. Sua missão incluiria a verificação dos militantes palestinos propostos que o Hamas quer libertar como parte de um acordo de libertação de reféns.
A missão israelense sugere que as negociações de paz na guerra de Gaza estão mais adiantadas do que nunca desde um grande impulso no início de fevereiro, quando Israel rejeitou uma contraoferta do Hamas para uma trégua de quatro meses e meio.
Na semana passada, autoridades israelenses discutiram os termos de um acordo de libertação de reféns em conversações em Paris com delegações dos EUA, Egito e Catar, mas não do Hamas.
A Casa Branca disse que eles haviam chegado a “um entendimento” sobre os contornos de um acordo de reféns, embora as negociações ainda estivessem em andamento. A delegação israelense informou o gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no final do sábado.
Fontes de segurança egípcias disseram que negociações de proximidade envolvendo delegações de Israel e do Hamas – que se reuniriam por meio de mediadores na mesma cidade, mas não pessoalmente – seriam realizadas nesta semana, primeiro no Catar e depois no Cairo.
Israel não comentou oficialmente sobre essas negociações e não houve nenhuma palavra imediata dos anfitriões do Catar na segunda-feira.
Os lados permanecem publicamente distantes em seus objetivos finais:
O Hamas, que governa a Faixa de Gaza e precipitou a guerra ao atacar o sul de Israel em 7 de outubro, diz que não libertará os mais de 100 reféns que ainda mantém em seu poder, a menos que Israel prometa se retirar de Gaza e acabar com a guerra.
Israel afirma que negociará apenas uma pausa temporária nas hostilidades para libertar os reféns, que não interromperá totalmente sua campanha terrestre até que o Hamas seja erradicado e que deseja o controle geral da segurança de Gaza por tempo indeterminado.