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Ex-CEO das Americanas é preso pela Interpol na Espanha

PF aguarda procedimento de extradição para buscar o executivo

A Polícia Federal foi comunicada hoje (28) sobre a prisão. Alvo de mandado de prisão preventiva ontem, o empresário não foi encontrado pela PF na casa dele, no Rio de Janeiro. Por isso, seu nome foi para a lista vermelha da Interpol, a pedido da polícia brasileira.

PF aguarda procedimento de extradição para buscar o executivo. UOL apurou que a audiência de custódia foi marcada para este amanhã (29). A partir daí, as autoridades brasileiras e espanholas vão trocar informações para que agentes da PF possam buscá-lo em Madri.

Outro lado: A defesa de Gutierrez diz que não teve acesso aos autos das medidas cautelares. “Miguel reitera que jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude e que vem colaborando com as autoridades, prestando os esclarecimentos devidos nos foros próprios”, afirmaram os advogados à Folha. Já a assessoria das Americanas informou que a empresa não vai se pronunciar sobre o caso.

Ex-CEO é acusado de comandar esquema de fraudes contábeis de risco sacado. Essa prática consiste em uma operação na qual varejistas conseguem antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.

A investigação da PF também apura a contabilização pela empresa Americanas de contratos falsos. Nesse caso, a PF diz ter identificado fraudes envolvendo contratos de VPC (Verba de Propaganda Cooperada). Segundo a corporação, esses contratos nunca existiram.

Há ainda suspeita de prática o crime de manipulação de mercado. O grupo comandado por Gutierrez também teria feito uso de informação privilegiada da varejista, com indícios de associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Nota da Polícia Federal

A prisão do ex-CEO da empresa Americanas S.A., que era alvo de mandado de prisão preventiva, foi efetuada pela Interpol e é resultado de cooperação internacional iniciada no Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Rio de Janeiro (NCI/Interpol/RJ), após a inclusão de seu nome na lista de Difusão Vermelha (Red Notice).

A PF cumpriu ontem 14 mandados de busca e apreensão nas casas de ex-diretores. Os mandados foram determinados pela Justiça do Rio, que também mandou bloquear bens e valores dos alvos da força-tarefa que somam mais de R$ 500 milhões.

O MPF, que atua no caso junto à PF, diz que as investigações começaram em 2023. A apuração teve início após a Americanas divulgar um rombo de R$ 20 bilhões em um balanço devido a “inconsistências contábeis”. A CVM (Comissão de Valores Imobiliários) também está nessa investigação.

 

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