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China alerta Trump sobre guerra de tarifas e risco de crise como a Grande Depressão

Presidente dos EUA acusou Pequim de sempre ter "passado a perna" nos EUA. Governo chinês criticou fala. Nesta quarta, governo chinês também anunciou novo aumento nas tarifas aplicadas a produtos dos EUA.

Tensão Entre EUA e China: Guerra Tarifária e Comparações Históricas

A crescente escalada das tensões entre os EUA e a China devido ao aumento mútuo de tarifas gerou um novo capítulo na disputa comercial. O governo chinês, nesta quarta-feira (9), comparou a guerra tarifária atual à Grande Depressão de 1930.

China Faz Comparação com a Lei Smoot-Hawley de 1930

A Embaixada da China nos Estados Unidos publicou uma postagem em suas redes sociais, destacando as semelhanças entre as tarifas impostas por Trump e a Lei Tarifária de 1930, também conhecida como Lei Smoot-Hawley. Essa lei foi aplicada pelos Estados Unidos para tentar proteger sua economia durante a Grande Depressão, mas acabou intensificando a crise global.

Trump Acusa China e Aumenta Tarifas

Em meio a essa guerra comercial, o presidente dos EUA, Donald Trump, acusou Pequim de prejudicar os cidadãos norte-americanos. Ele afirmou que, agora, faria o mesmo, referindo-se ao aumento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses. Nesse contexto, Washington anunciou, nesta quarta, que as tarifas sobre os produtos chineses aumentariam para 125%, após a retaliação de Pequim.

China Responde: “Bullying” e Retaliação

O governo chinês reagiu às declarações de Trump, acusando-o de “bullying” e “atos intimidatórios”. Pequim ainda ressaltou que, caso os EUA realmente queiram resolver a disputa por meio do diálogo, devem agir com respeito e em busca de benefícios mútuos. Caso contrário, a China seguiria retaliando.

Além disso, a China anunciou um aumento adicional das tarifas sobre produtos norte-americanos, que agora chegam a 84%.

Trump e a Expressão “Puxando o Saco”

Durante um jantar na terça-feira, Trump afirmou que líderes mundiais estão “puxando seu saco” para tentar negociar tarifas recíprocas. A expressão que ele usou, “kissing my ass”, significa “bajular” ou “puxar o saco”, conforme o contexto.

O Início do “Tarifaço Global”

O “tarifaço global” começou em 2 de abril, quando Trump anunciou taxas de importação sobre 180 países, com variação entre 10% e 50%. Essas tarifas começaram a valer às 1h de quarta-feira (9), e as tarifas gerais entraram em vigor no sábado (5). Além disso, Trump acusou a China de manipular sua moeda para compensar os efeitos das tarifas.

Como o “Tarifaço” Afeta a China

As tarifas sobre os produtos chineses subiram para 104% após uma série de aumentos escalonados. Inicialmente, em fevereiro, os EUA aplicaram uma taxa extra de 10%, além da tarifa de 10% que já estava em vigor, totalizando 20%. Na semana passada, Trump anunciou um plano de tarifas recíprocas que elevou essa alíquota para 54%. Depois da retaliação da China, as tarifas subiram para 104%.

Trump acredita que a China quer negociar um acordo, mas decidiu manter as retaliações em curso. O Ministério do Comércio chinês reafirmou sua determinação, dizendo que “a China tem vontade firme e meios abundantes para contra-atacar até o fim”.

Impactos no Mercado Financeiro Global

A incerteza gerada pelas tarifas tem afetado negativamente o mercado financeiro global. Nesta quarta-feira, a maioria das bolsas asiáticas fechou em queda, exceto na China. Na Europa, as bolsas também apresentaram um desempenho negativo. Nos EUA, o S&P 500 caiu abaixo de 5.000 pela primeira vez em quase um ano, e a capitalização de mercado encolheu em US$ 852 bilhões nesta terça-feira. Desde a posse de Trump, em janeiro, a perda acumulada já chega a US$ 10,8 trilhões.

Setores de Tecnologia são os Mais Impactados

As gigantes da tecnologia, como Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet (Google), Meta (Facebook) e Tesla, foram as mais afetadas, perdendo US$ 320 bilhões apenas nesta segunda-feira. Desde janeiro, o valor de mercado dessas empresas caiu em US$ 4,55 trilhões.

Reflexos no Mercado Brasileiro: Dólar e Ibovespa

No Brasil, o Ibovespa registrou uma queda, fechando a 123.932 pontos. O dólar, que chegou a bater os R$ 6, encerrou o dia cotado a R$ 5,9973, refletindo a volatilidade do cenário internacional.

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