Após um hiato de três anos causado pela pandemia da Covid-19, a Universidade Evangélica de Goiás (UniEVANGÉLICA) retomou projeto que leva estudantes de Medicina para um estágio internacional em hospitais de Angola. A iniciativa, que teve início em 2018, já proporcionou a mais de 30 acadêmicos a oportunidade de vivenciar um mês em Lubango, cidade com cerca de 900 mil habitantes e capital da província de Huíla. Agora, nessa nova etapa iniciada neste ano, a meta é enviar cinco alunos a cada bimestre, totalizando 20 participantes até o fim do ano.
Para os futuros médicos, a experiência vai muito além do aprendizado técnico.
Trata-se de uma imersão em um contexto cultural e social completamente diferente, que desafia os estudantes a lidarem com realidades que contrastam fortemente com as do Brasil. “Este é um estágio muito diferente do que os alunos vivenciam aqui. A realidade que encontram os desafia não apenas como futuros profissionais, mas, sobretudo, como pessoas”, destaca Julia Silva Souza Marinho, coordenadora dos projetos da UniEVANGÉLICA em Angola.
Programa
O programa inclui a atuação dos alunos em quatro unidades hospitalares do Lubango – Hospital Central, Hospital Pediátrico, Maternidade Irene Neto e Centro Médico Evangélico – e com a ONG Criança Feliz. Julia Marinho também enfatiza a contribuição dos professores enviados pela UniEVANGÉLICA, que realizam palestras e seminários para os profissionais locais. Segundo ela, mesmo com a reabilitação de hospitais e a aquisição de equipamentos nos últimos anos, Angola ainda enfrenta grandes desafios na área da saúde, como as altas taxas de mortalidade infantil e materna, além da carência de formação profissional na área.
Para Amanda Cristina Siqueira Rosa, aluna do 11º período de Medicina, o estágio foi uma experiência transformadora. “Desde criança, eu queria ser médica para ajudar as pessoas e sempre tive o sonho de ir à África. Esse estágio superou todas as minhas expectativas. O que mais me marcou foi a gratidão das pessoas, mesmo com a falta de medicamentos e recursos. Voltei com a certeza de que quero retornar para atuar lá no futuro”, compartilhou Amanda. Ela também destacou como a experiência a fez valorizar serviços considerados básicos no Brasil, mas que em Angola são muitas vezes inacessíveis.
Impacto pessoal e profissional
A coordenadora Julia Marinho relata que, nas reuniões finais de avaliação, é comum ouvir dos estudantes que não são mais os mesmos após a experiência. “Eles crescem como seres humanos. Desenvolvem uma nova percepção sobre a medicina, sobre comunicação e sobre si mesmos. Não é possível passar por isso sem mudar”, afirmou.
Para Rocindes Corrêa, coordenador do UniMissões, o projeto de estágio em Lubango simboliza uma ponte que não apenas enriquece o currículo dos estudantes, mas também promove uma troca valiosa de conhecimentos entre os dois países. “A experiência transcultural e profissional prepara nossos alunos para serem médicos mais humanos e conectados com as necessidades globais”, conclui o coordenador.
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