Estudar no exterior pode ser mais barato do que se pensa, ao menos na França. A taxa anual para estudar em uma universidade pública francesa parte de 170 euros para a graduação, o equivalente a R$ 75 por mês (considerando a cotação do dólar em R$ 5,30).
Ainda que em 2019 o governo francês tenha deixado de subsidiar os estudos de estrangeiros, diversas universidades públicas continuam oferecendo a alunos de fora as mesmas taxas cobradas de estudantes franceses.
Essas taxas são bem inferiores às de universidades também renomadas de outros países e são tabeladas em: 170 euros por ano para o bacharelado; 243 euros para o mestrado; e 380 euros para o doutorado.
“A França é um dos lugares mais baratos para estudar no exterior. Existe esse imaginário, muito pautado pelos Estados Unidos, de que para estudar fora ou você é rico ou tem uma bolsa. Mas aqui na França é possível estudar com taxas baixas se você tiver uma boa organização”, afirma Rebeca Gehren, fundadora do Viver e Viajar e do Projeto Estudar na França, que assessora brasileiros que desejam estudar na França.
Além dos custos menores, Rebeca acrescenta que a aprovação é mais simples do que se imagina, mesmo nas escolas mais concorridas. Para cursos de graduação e mestrado, não há necessidade de realizar provas de conhecimentos específicos, apenas testes de proficiência na língua.
A brasileira Isabela Elias Julião, que está fazendo um curso de gestão internacional, em inglês, na Université Toulouse Capitole, relata que não imaginava que o processo de admissão em uma universidade francesa seria tão simples. Ela conta que buscou um mestrado profissionalizante, que não exige a apresentação de um projeto de pesquisa.
“Claro que tem todo o trâmite do Campus France, os documentos são necessários, mas eu simplesmente enviei meu currículo e não precisei fazer prova, tirando a proficiência do idioma.”
Isabela procurou apenas mestrados em inglês, aplicou para seis opções de cursos e foi aprovada em cinco. “Foi uma surpresa. Eu achei que fosse ser um pouco mais complicado ser aceita, pensei que eles dariam preferência para alunos franceses e europeus, mas no fim eu pude até escolher o curso que tinha mais a ver comigo”, diz.
A estudante acrescenta que o maior desafio foi encontrar universidades públicas que ainda adotam a taxa reduzida, mesmo para alunos de fora da Europa.
A fundadora do Projeto Estudar na França afirma que a ideia de criar uma empresa para assessorar brasileiros a estudar no país surgiu justamente após passar por uma frustração pessoal na busca dos cursos.
“Na primeira vez em que eu apliquei, eu me candidatei à Science Po, em estudos políticos, sem saber se era paga, e fui aceita. Mas eram 13.500 euros por ano e eu tive que recusar a vaga”, conta.
No ano seguinte, Rebeca se inscreveu apenas em cursos de escolas públicas que não diferenciam as taxas nacionais para estrangeiros. Hoje, está formada em estudos políticos pela École des hautes études em sciences sociales (EHESS).
“Muita gente me procura dizendo que não consegue pagar o curso e eu mostro que existem ainda muitas opções de cursos com taxas baixas”, diz.
Como se inscrever?
Os candidatos de países que não pertencem à União Europeia devem fazer as aplicações a partir do sistema Campus France, um site do próprio governo francês. É também nessa plataforma que se encontram as informações sobre os cursos disponíveis por regiões do país e áreas específicas.
Para fazer a inscrição, basta selecionar o curso de interesse no próprio Campus France e seguir o passo a passo de preenchimento de documentos.
As aulas começam em setembro, junto com o início do ano letivo na França, mas as inscrições de estrangeiros devem ser feitas no ano anterior, entre outubro e 31 de janeiro.
Para quem ingressa no primeiro ano de graduação, o prazo termina antes, em 15 de dezembro.
Vantagens
Entre as vantagens do estudo na França, está o direito a solicitar a cidadania francesa após dois anos de estudos.
Outro benefício é a possibilidade de conciliar trabalho e estudo, já que o visto de estudante francês dá direito a trabalhar.
Além disso, nos cursos de pós-graduação existe uma modalidade chamada “mestrado em Alternância”, que tem cargas curriculares que permitem ao aluno dividir seu tempo entre o curso e empregos que não exigem expediente integral, com salários de até 2 mil euros por mês.
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