Economics Rules (As Regras da Economia) é o nome de um dos livros mais importantes publicados no ano de 2015, no meio acadêmico, empresarial, político e econômico, segundo a revista inglesa The Economist. O economista turco Dani Rodrik é o autor do mesmo. Ele ainda é considerado um dos 100 economistas mais influentes do mundo do momento. Especialista em desenvolvimento econômico pela Harvard College, EUA, Rodrik, em entrevista concedida a uma revista nacional, poucos anos atrás, reconheceu que, quando a turbulência brasileira passasse o país estaria em posição melhor do que a maioria dos países em desenvolvimento.
Era o tempo do auge da Lava Jato e a percepção de Rodrik, como afirmou, era de que a lei é aplicada com mais rigor no Brasil do que em outros países emergentes. Rodrik errou feio! Lógico, os economistas também erram, por quê não? Porém, nem Rodrik, como nenhum de nós, humanos mortais, poderia prever o final trágico da Lava Jato de maneira mais inusitada possível. Coisa de brasileiros.
Nos dias de hoje, contudo, se concedesse nova entrevista, onde quer que esteja, Rodrik reveria, com certeza, sua assertiva do passado recente (março 2016-Revista Exame).
Eis que grande parte da percepção do economista turco se baseou na realidade de que a corrupção é endêmica na maioria dos países em desenvolvimento, porém, na grande maioria deles, juízes e promotores não têm a liberdade de levar as investigações até o final, como acontece no caso brasileiro (disse elogiando o desempenho da Lava Jato).
Porém, por aqui, tudo mudou. Para pior, claro! Eis que, segundo reporte produzido pela Transparência Internacional, em janeiro/24, o Brasil atingiu a segunda pior colocação da história no Índice de Percepção da Corrupção, desde 1995. Nossa posição no ranking de 180 nações avaliadas pela entidade ficou em 104º. lugar, pior que Chile, Argentina, Uruguai e Cuba. Triste sina de uma nação atordoada e polarizada.
Porém, disse Rodrik, alguns fundamentos da economia teriam que serem melhorados. A economia tem suas regras que precisam ser observadas com rigor. São, em princípio, as regras da economia, inevitáveis. Primeiro, é fundamental que tenhamos a percepção e a visão de que as coisas não mais acontecerão rapidamente. Aliás, este filme já nos é por demais conhecido. Porém, ainda temos a expectativa e a cultura de milagres econômicos, que a nação é uma mãe sem fim que tudo pode, que existe almoço grátis e por vai. Sendo certo que ninguém ficará rico gastando o que não tem e tomando dinheiro emprestado. Afinal, só o trabalho, agora exigindo produtividade cada vez mais, pode produzir riquezas.
Para tanto, é preciso, contudo, estar preparado para o trabalho na era da inteligência artificial e isto impõe melhores escolas em tempo integral, professores motivados, nível médio profissionalizante, o que exige uma política nacional que unam a União, os Estados e os Municípios com vistas a melhorar o nível educacional dos jovens brasileiros. O crescimento, então, terá que ser pelo caminho de investimentos em capital humano, melhoria das instituições e cumprimento das leis. A partir de agora, só será possível crescer de maneira sustentável, melhorando tais fundamentos. São as regras da economia. Bom ambiente de negócios será sempre fundamental. Infelizmente, estamos defasados sobre todos os aspectos imagináveis e possíveis e com dificuldades de sair da inércia.
O certo é que o futuro do nosso país, doravante, dependerá de nós, a nação brasileira. Afinal, se queremos mudanças estas devem começar por nós mesmos.
Dos escombros da Lava Jato e suas derivações, acreditávamos que poderia nascer um país diferente. Ledo engano! Porém, é possível que tivemos o fortalecimento da nação como um todo, estando mais envolvida politicamente, interessando pela aplicação dos recursos, cobrando transparência, eliminado a praga da reeleição, votando com mais consciência, tendo consciência das limitações do Estado, com a preparação das nossas gerações para o futuro. Sem outro caminho. Depende de cada um de nós. Depende de você!
Não está fácil!…
