ELES SABEM QUE É NATAL?
O título deste artigo é o nome da célebre música de autoria do compositor inglês Bob Geldof, cuja inspiração aconteceu ao saber e tomar consciência de uma situação de guerras, secas e fome generalizada que matou mais de um milhão de pessoas na Etiópia em 1984.
Com espírito altruísta, convidou os principais artistas ingleses e irlandeses para formar a “BAND AID” e cantar a música título com o objetivo de obter recursos destinados a eliminação da fome naquele país africano. A música, que é bonita por demais, letra inspiradora, virou hit mundial, foi o CD mais vendido no planeta por 15 anos e inspirou outros grupos de outros países a seguir o exemplo de solidariedade. Disponível no YouTube.
Decorridos 40 anos, pouca coisa mudou. A Etiópia e o Sudão, continuam sendo os países mais pobres do mundo. Apesar dos esforços de seus governantes, faltou atuar nas causas da pobreza que é estrutural ao invés de preocupar somente com suas consequências, num exemplo classifico do assistencialismo tão vigente nos dias de hoje mundo afora.
Porém, isto não importa agora que é Natal e é tempo de bondade. É momento de praticar o apelo da letra da música, abrindo o coração para ver além das aparências, sabendo que, sim, há uma Etiópia muito perto de nós e que podemos, com amor, tornar possível que alguém ou muitos, saibam que é Natal. Trecho da letra da música citada (tradução):
“Neste mundo de tantas pessoas, nós podemos espalhar um sorriso de alegria/é difícil mas enquanto você se diverte, há um mundo do lado de fora de sua janela/e é um mundo de pavor e medo/essa noite agradeça a Deus que são eles e não você/Será que eles sabem que é Natal?”.
Sim, em dezembro no mundo cristão, Brasil no meio, evidente, o clima de alegria natalina nos invade a todos e nos embalam para o exercício da benevolência cristã, a prática da generosidade e da bondade enfim. E como sabemos que os hábitos são construídos pela repetição dos atos, é momento, pois, de aprimorarmos nossos hábitos de sermos bons, praticando bons atos, repetidos diariamente, com o firme propósito de seguir em frente. Afinal, podemos ser bons sempre! É, também, oportuno que deixemos que o clima de NATAL nos invada, nos purifique e nos embale e que possamos declarar, em algum momento, que o mais importante é que alguém ficou sabendo que é Natal.
É oportuno, também, não esquecer o poema de Madre Tereza de Calcutá (Santa) denominado “A BONDADE,” que já em sua primeira estrofe chama-nos a atenção:
“Não permitas nunca que alguém achegue-se a ti e vá embora sem sentir-se melhor e mais feliz”.
E faz-nos, na sequência, sua proposta de bondade:
“Seja a expressão da bondade de Deus, bondade expressa em seu rosto, nos seus olhos, no seu sorriso, no seu aperto de mãos”.
Este é o princípio basilar da bondade. Simples e fácil assim!
É salutar, também, não esquecer o enunciado de Confúcio (900 AC) que pregava que uma pessoa bondosa jamais seria infeliz. Isto porque, dizia, a bondade seduz, encanta, embeleza a vida de quem a vive e de quem convive com ela. Cristo, o aniversariante maior, mostrou o caminho da felicidade através da bondade: amar ao próximo como a ti mesmo é o caminho.