Anápolis

VÍDEO: homens armados invadem estúdio de TV no Equador

País vive caos após criminoso fugir de prisão e presidente decretar estado de exceção

A Polícia Nacional do Equador informou que está se dirigindo ao local, e o jornal “El Universo” afirma que agentes de polícia entraram no prédio.

De acordo com relatos na mídia equatoriana, um homem encostou uma arma no pescoço de um apresentador.

Os homens mantêm pessoas como reféns e houve disparos dentro do estúdio, segundo o site de uma outra TV, a “Ecuavisa”.

Segundo o jornal “El Universo”, um artefato explosivo foi colocado na recepção do canal e há indicações que mais de 10 pessoas entraram no canal foram ao estúdio do programa El Noticiero, que estava sendo transmitido ao vivo. O Estado do Equador é o sócio controlador da TC Televisión.

Crise de segurança

O presidente Daniel Noboa baixou um decreto no qual determina-se que o país vive um conflito armado interno e que as forças militares devem neutralizar 22 grupos criminosos organizados, que serão tratados com organizações terroristas.

O país vive uma crise de segurança há dois dias. O presidente equatoriano, Daniel Noboa, decretou estado de exceção na segunda-feira (9), depois da fuga da prisão de um criminoso conhecido como Fito, chefe do grupo Los Choneros. O Ministério Público acusa funcionários do próprio presídio de terem facilitado a fuga.

Nesta terça-feira (9), as autoridades relataram a fuga de outro criminoso: Fabricio Colón Pico, um dos líderes de Los Lobos, preso na sexta-feira pelo crime de sequestro e por sua suposta responsabilidade em um plano para assassinar a procuradora-geral do país.

Sete policiais foram sequestrados já durante o período de estado de exceção. Os sequestros aconteceram nas cidades de Machala e Quito e na província de Los Rios.

Além dos sequestros de agentes na noite de segunda-feira, houve explosões na província de Esmeraldas. Várias pessoas lançaram um artefato explosivo perto de uma delegacia e dois veículos foram queimados em outros locais, sem deixar vítimas.

Em Quito, um veículo explodiu e um dispositivo foi detonado perto de uma ponte de pedestres. O prefeito Pabel Muñoz pediu ao Executivo a “militarização” de instalações estratégicas ante a “crise de segurança sem precedentes”.

Novo presidente

Noboa, de 36 anos, é o presidente mais jovem do Equador e chegou ao poder com a promessa de atacar com firmeza os grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos.

O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília).

A sede presidencial e as estações de metrô de Quito estão militarizadas.

A declaração de estado de exceção permite às Forças Armadas intervir no sistema prisional, onde na segunda-feira se registrou a retenção de um número indeterminado de guardas. O órgão que o administra (SNAI) não indicou se foram libertados.

“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa, em vídeo publicado em sua conta no Instagram. O presidente atribuiu o ataque às prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.

Noboa anunciou na semana passada que construirá dois presídios de segurança máxima nas províncias de Pastaza e Santa Elena , ao estilo das construídas pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, em sua guerra contra as gangues.

Nesta terça-feira, indígenas da Amazônia convocaram protestos pacíficos para rejeitar este projeto prisional em seu território biodiverso e produtor de petróleo.

Contexto da crise

Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um forte de guerra às drogas. O ano de 2023 terminou com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes no país de 17 milhões de habitantes.

Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas entre 2018 e 2023 cresceram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes.

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