O mês de dezembro trouxe uma notícia positiva para Anápolis: a cidade não só mantém o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás, como avançou posições e passa a ocupar a 73ª posição entre as cidades mais ricas do Brasil.
O PIB, apresentado pelo IBGE com ano-base de 2020, colocou Anápolis como a quinta colocada na região Centro-Oeste do país, atrás apenas das capitais. O otimismo desses números se soma ao fato do município seguir abrindo novas vagas de trabalho a cada mês, com um estoque de 104.700, que são as pessoas com carteira assinada na cidade, até outubro de 2023, como aponta o Caged, do governo federal.
A expectativa para a economia do ano que começa é centrada em dois projetos em andamento: a expansão do Daia e a construção do Politec.
O Distrito Agroindustrial de Anápolis incorporou uma área de 1,7 milhão de metros quadrados, antes pertencente à Plataforma Logística Multimodal, um elefante branco, que está recebendo os últimos ajustes e também aguarda o regulamento para o recebimento de empresas. Quase duas dezenas de empresas já apresentaram cartas ao governo estadual demonstrando interesse em abrir unidades na expansão do Daia. A Greenpharma, que já está em Anápolis, promete abrir nova unidade com investimento de R$ 2 bilhões. O Grupo Rancheiro também segue a mesma proposta, com anúncio de R$ 500 milhões em uma nova planta fabril. O Laboratório Geolab deve anunciar R$ 1 bilhão em investimentos. Tudo isso representa mais impostos para Anápolis e abertura de vagas de emprego qualificadas, o que representa a absorção da mão de obra que é formada no polo educacional da cidade, com universidades, faculdades e a promessa, gestada ao longo de 2023, da chegada em breve de um campus da Universidade Federal de Goiás (UFG).
ÁREAS
Em 2023, mesmo ante cortes de repasses e redução na arrecadação, Anápolis atingiu patamar inédito de nota na capacidade de pagar. A Secretaria do Tesouro Nacional (STN) elevou a nota de Capacidade de Pagamento (Capag) de Anápolis para B, na apuração de 2023. Os dados já constam no sistema e representam um avanço inédito para o município, que nunca havia atingido esta avaliação na série histórica, que começou em 2018. Até este ano, todas as notas conferidas pelo Tesouro a Anápolis eram C, o que indica menor robustez fiscal e um grau leve de comprometimento das finanças municipais. O grau B já dá à cidade uma espécie de selo de bom pagador.
CAOA
Com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), a Caoa Montadora anunciou um robusto investimento de R$ 3 bilhões para os próximos cinco anos em Anápolis. Na data, também foram divulgadas a criação de 800 vagas de emprego para contratação imediata, integrando a primeira parte das ações na cidade.
O presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Francisco Júnior, explicou que será realizada em breve uma licitação de áreas do Daia. Segundo ele, a iniciativa é uma novidade, já que a forma de venda das áreas não tinha uma regra muito clara. “As áreas eram vendidas muitas vezes para pessoas que não investiam, era apenas para especulação (imobiliária), depois vendiam por milhões.”, disse Francisco.
Outro ponto importante anunciado é que serão investidos cerca de R$ 60 milhões no Daia em 2024, para a revitalização da iluminação que já está em fase de licitação, a revitalização da Estação de Trata[mento de Água (ETA), execução da barragem do reservatório, execução da avenida da expansão do distrito, que liga à BR-153, construção de reservatórios metálicos da ETA, complementação da estrutura do DAIA norte, reforma e ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A atenção às duas áreas já existentes do distrito, o Daia, com 8,9 milhões de metros quadrados, e a sua expansão norte, com 245 mil metros quadrados, é fundamental, afinal são mais de 200 indústrias instaladas, o segundo maior polo farmacêutico do país e mais de 30 mil empregos diretos e indiretos.
TECNOLÓGICO
Outra expectativa positiva para 2024 é o Politec, Polo Industrial Tecnológico de Anápolis, cujas obras foram lançadas no início de setembro. Trata-se de um projeto da administração municipal, localizado na região norte da cidade. Serão 921 mil metros quadrados de área, com divisão de 180 lotes para receber empresas e ao mesmo tempo preservar as características ambientais do local onde o novo distrito será erguido.
O Politec será ambientalmente correto e essa é uma característica cravada em lei de 2020, que define as regras sobre o polo. O texto diz, por exemplo, que o distrito municipal precisa respeitar alguns princípios. São eles: proteger e fomentar a biodiversidade; respeitar os ciclos naturais do planeta; proteger o solo; ficará vedado o Parcelamento Residencial em quaisquer de suas modalidades.
No lançamento das obras o ambientalista Antônio El Zayek revelou que no Politec será “trabalhada a biodiversidade, os ciclos naturais do planeta e a proteção do solo, assim, em cima dessa estrutura você pode hoje criar um impacto ambiental positivo com a ocupação humana, mesmo que ela seja empresarial”. Segundo ele, o que se fez no Politec foi a adaptação de uma ecovila para um polo empresarial. “Essa é uma coisa que não tem igual no Brasil. Temos a forma de poder ocupar um espaço com sustentabilidade”. Segundo ele, o projeto conta com estudos específicos que terão impacto na vida de milhares de pessoas. Além disso, o Politec vai se destacar como um local que promove a proteção e incentiva os cuidados com o meio ambiente.