A psiquiatra e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria Julia Trindade explicou à CNN que a vantagem do medicamento, chamado Zurzuvae, é oferecer uma resposta mais rápida.
O que é a depressão pós-parto?
A depressão pós-parto consiste em um sofrimento acompanhado de perda de apetite, sono e concentração. O transtorno pode também atrapalhar a construção do vínculo entre a mãe o bebê. A médica ressalta que, na metade dos casos, os sintomas começam nas últimas semanas de gestação.
Ação mais rápida
Trindade afirma que a identificação precoce do transtorno é fundamental. Os antidepressivos disponíveis hoje levam entre duas ou três semanas para começar a trazer melhoras.
Já a pílula consegue trazer alívio nos sintomas já na segunda semana.
O remédio foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration), entidade semelhante à Anvisa, nos Estados Unidos, no dia 04 de agosto.
O medicamento atua na queda de esteroides ativos no pós-parto, enquanto os antidepressivos tradicionais promovem o aumento da serotonina, o que leva mais tempo para ter efeito.
“Agora, com esse medicamento, a gente vai ter uma resposta muito melhor, mais efetiva e, principalmente, mais rápida”, diz Julia Trindade.
Quem é mais propensa a desenvolver a depressão?
Segundo a psiquiatra, mulheres que já sofrem com depressão e ansiedade são mais propensas a desenvolver o transtorno pós-parto. Ela ressalta que é importante que as gestantes continuem o tratamento para essas doenças durante a gravidez para reduzir as chances de depressão pós-parto.
Júlia Trindade ainda chama a atenção para que, após o nascimento da criança, é importante uma rede de apoio fortalecida, que busque saber como a mãe está se sentido. A médica alerta que, em caso de sintomas de depressão pós-parto, é preciso buscar ajuda de uma equipe multidisciplinar.